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A mostrar mensagens de junho, 2005

Fugi

Fugi para dentro de mim e não mais saí. Sinto-me só porque não aprecio a minha companhia. Desapareci da face do Mundo, transpareci-me até à invisibilidade de uma sombra que lá não está. Renunciei a uma vida que sinto palpitar nos recantos da minha alma, que me chama a cada esquina da existência e se desflora perante mim espontânea e convulsivamente. Não sei para onde fui que me não encontro nem mesmo no refúgio onde me encarcerei. Desintegrei-me, deitei-me fora e deixei-me sozinha no vazio. Sei que no passado longínquo da infância eu existia e estava e era como me penso, mas é impossível voltar ao que já morreu. E voltar ao que sou... Ilusão credível dos ingénuos, pois o que é nada não pode voltar a ser essência e espírito e corpo e desejo e riso!... Andei à deriva, atirei-me da ponte mais alta do sonho, voei nas asas do Inferno do passado e morri em carne e mente e atirei-me aos cães que me desprezaram. Alimentei-me de fel e enegreci completamente. Vomitei-me e renasci para a podridã