"Quero viver hoje o dia de amanhã, sorrir para o futuro e pensar: Eu já estive aí, e fui feliz"
A.N.*
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O que é a existência senão a mera transfiguração do ser em auras e momentos de luz e sombra? Ou de ambos... todo o ser é ambíguo e mutável, capaz de se moldar e modelar a partir de si mesmo ou do ambiente em que se projecta. Passamos do ódio ao amor, da tristeza à alegria exuberante tão espontaneamente que por vezes - na maioria das vezes - essa transição é quase imperceptível. Eu carrego em mim o sabor da vida porque existo, porque me identifico com a vida nas suas vertentes de sofrimento, contemplação, alegria e luta, porque sinto em mim a vontade de ser. E ser significa conquistar, conhecer, aprender, mas também significa cair. E é nessa altura que o ciclo se renova . Desistir . Pensei nisso em diversas alturas. Pedi à minha vontade que fizesse o mesmo, e ela riu-se da minha fraqueza e mostrou-me que a vida em si é já um objectivo, senão O objectivo real, primordial, derradeiro. Quando olho para trás vejo inocência, revolta, fraqueza, dor, alegria, cansaço, aprisionamento, orgulho,
Mordi a minha alma e ela voou para longe, numa viagem sem regresso. Eu fiquei ali, abandonada, pregada ao chão como um pedaço de pedra lascada sem destino. Já não sentia nada, e isso era tudo aquilo que eu queria. Ser pedra insensível ao amor, ao ódio, ao mundo, a mim própria. Desprender-me e renascer como um nada que se apaga sequencialmente até às raias da exaustão que não pode apreender. Mas não, não foi como eu quiz. A alma partiu, livre, mas o corpo ficou. Aos poucos foi saindo do torpor que o envolvera e então os meus olhos fitaram outros e brincaram com eles independentemente da minha vontade. A essência desses olhos arrepiou a minha pele e eu percebi que o meu corpo continuava vivo e sentia, oh, se sentia!!! Aninhei-me nuns braços fortes e caminhei em direcção às estrelas, louca e espontaneamente, sem medos ou vergonhas, sem amor, porque esse só se consegue com a alma e essa eu arrancara para sempre. Sou agora pedra que sente apenas aquilo que se permitir. Solidão? Não tenho me
Não quero saber o que dizem os pássaros, Tão-pouco o que contam os sinais dos céus; Quero olvidar esses sabores amargos, Essas formas de poesia que cantam a morte. Partam o mundo ao meio, Retirem a seiva quente e pulsante, Curem as feridas, E construam um paraíso de chamas E afundem-se nele!!! Ah... universo desenfreado de enredos Intrigas, preconceitos, ilusões vãs... Tétano nas veias da vida, veneno doce... Eu vivo aqui. Mas não quero. Deixem-me!!! Não!!! Eu quero voar para longe E ser um pássaro diferente. Ou um peixe com asas.
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