A little bit of myself - to myself

Hoje não tenho inspiração. Vou falar de alguém que não sou eu... mas como é isso possível se ao falarmos de alguém, mesmo inconscientemente, acabamos sempre por retratar um pouco daquilo que somos? Talvez vá então falar de mim sem me retratar...
Hoje sou o que não quero ser, mas não desgosto de ser quem não me sonhei.
Vivemos por detrás de máscaras ocultas; abaixo as máscaras e as ilusões! Mas, todavia, sonhar é sempre bom quando apenas se tem o sonho. Mas eu não sei quais sãos os meus sonhos. Já esqueci. Não o sei agora, mas recordo todos os sonhos do passado e, meu inimigo mais poderoso, como os desejo esquecer! Há desejos que matam, sonhos bons que atormentam e nos destroem. Pode-se sonhar, mas nem todos os sonhos devem ser saboreados pela experiência.
O que sei eu da vida? Muito... e talvez nada. O nada das certezas é amargo e corrosivo; lancemos o nada às chamas e obteremos um tudo que se auto-destruiu. Lancemos o tudo ao vento e teremos um retrato daquilo que consegui com os meus sonhos.
Porque é que nos auto-magoamos, mutilamos, desprezamos? Para termos com que nos entreter? Porque não aguentamos a felicidade? Porque apenas nos encontramos a nós próprios no meio da dor? Será tudo isto, não será nada disto? Ser e não ser... Amar e odiar... Não tentemos nunca viver em adultos os sonhos da adolescência; pereceremos às suas mãos.
Haverá frutos de amor que provenham do medo e do ódio? Sim... eu sei que sim. Infelizmente eu sei. E não nos deixam esquecer, nem afastar, nem recomeçar.
E a responsabilidade... essa mãe de todas as culpas que nos persegue e nos acusa... "Foste tu quem quis assim. Não te queixes. Agora aguenta!".
Promessas vãs de reconciliação com um destino que não estava traçado, foi forjado e engendrado e culminou numa espécie de morte dormente que aprisiona todo o sentido das coisas!!! Eu detesto promessas, juras de bocas que sangram a mentira a cada palavra, que cospem cinismo a cada passo!
Mas amo... Sim. Amo a vida. Não a minha vida, mas o acto de viver. E amo coisas e pessoas e animais. E o mundo. Não o mundo da sociedade, que desprezo, mas o mundo mundo, com o mar e o céu e as árvores e as flores e o vento e a chuva e a neve e o sol e a noite. Eu amo a noite, pois tudo adquire luz e significado e razão.
Eu não quero ser a tua luz ao fundo do túnel! Não quero ser a chama que te alimenta, nem o ombro que procuras apenas para chorar. Não, renego a ideia de ser apenas cabeça, tronco, membros e cérebro e cinza, um ser isolado numa bola do universo. Eu quero fazer parte de tudo o que existe, parte de um todo... eu quero que me procurem para chorar, sim, mas também para rir, para amar, para rebolar numa encosta, para falar, para ouvir, para o silêncio. Ou deixem-me sozinha, quieta na minha realidade, e inventem-me um sonho melhor onde eu possa viver.
Não queria escrever nada disto. Nada disto sou eu. Mas eu disse que queria fazer parte de um todo, certo???

A*N*

Comentários

Anónimo disse…
Olá linda!!!
Como já te disse algumas coisas que pensava, quero apenas deixar 1 gd beijo para ti e para o teu tesouro!Não te esqueças que a maior riqueza que possuis merece o teu sorriso. Por ele e por ti continua a ser um exemplo de força, de coragem e boa disposição!!!
Muitos jinhos com amizade,
Helena Santos
Heavenlight disse…
Miga:
Já te agradeci, mas quero fazê-lo novamente aqui no blog. Muito obrigada pelas tuas palavras de apoio e amizade. Estou muito feliz por ter uma colega que posso considerar minha amiga, que sempre me pergunta pelo meu tesouro e fica feliz com os seus progressos.
Desejo-te uma vida bonita como tu és: sempre com um sorriso de felicidade para te brindar a cada dia!
Beijinhos grandes*
Sophia disse…
Infelizmente, magoamo-nos para nos sentirmos vivos... Talvez nunca se escreva o que se quer, mas sim o que se lamenta... quem sabe???
Heavenlight disse…
Eu não sei. Muitas vezes me coloco essas questões... mas é verdade. SEntimo-nos vivos na dor... mas por vezes tambem nos sentimos a morrer devagarinho.

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