Devaneios (VIII)

A visão dos sonhos, da obscuridade do teu ser mais pleno que me renova e me faz sucumbir no meu próprio sonho, que nunca chegará a ser real.
Procuras o meu corpo morto e já cansado para construíres promessas impossíveis de concretização, e eu verto as lágrimas que tento sufocar no teu coração ausente, no quebrar de um riso lamentavelmente nobre que subsiste para lá daquilo que suporta o meu amor por ti, transformado em mágoa.
Desprendo-me do abraço que me transforma para além da realidade que edificámos, e enfrento a crueldade de um mundo que julga segundo preceitos que nunca ninguém escreveu, mas que a sociedade inventou. Qual é a verdade do teu olhar? O verdadeiro sabor de um beijo sentido que tu nunca me deste? O som das palavras ditas com o coração, que tu não sabes dizer-me? Porque de ti apenas me chegou a mentira encenada pela aparência de alguém que joga para ganhar.
Não te odeio. Apenas desprezo.

2000


Comentários

Sophia disse…
E ignoras, talvez... Não devemos perder tempo com quem nada mais quer de nós que nós lhe possamos dar por completo. Viva os sonhos e os sonhadores. Os outros não interessam, desconheço-os.

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