Desabafo de uma Louca
É nessas alturas delirantes de fogo em que a chuva bate de mansinho nos cantos do meu coração que me recordo do tempo dos sonhos e das conquistas desses meus devaneios desenfreados em que, suavemente, encostava a cabeça ao teu peito nú e me transportava para paraísos fechados e realidades mágicas de prazer incontido. Deixavas-me tão louca e tão segura de mim! Essas tuas promessas avassaladoras de paixão eterna, de risos inconfundíveis por entre os quais me davas a conhecer mais um milímetro desse teu mundo tão privado e tão secreto... e como eu me deixava agarrar pelos teus braços fortes e reencontrar-me no teu olhar sereno e tão especial! Fui uma marioneta nas tuas mãos, uma deusa entrelaçada no teu corpo, uma mulher-criança a bater à porta do teu coração, uma borboleta apagada por entre flores coloridas... fui o teu mundo, o teu riso e as tuas lágrimas... o teu poema, o teu desejo e o teu medo... fui aquela que mudou o curso da tua vida. Para melhor?... Para pior?... E onde estiveste tu durante toda esta minha jornada? Quais foram os teus pensamentos mais profundos, o teu ser que não me queres revelar? Em que pensas, porque é que choras, porque é que não falas? O que sentes???
E então veio a chuva. Essa mesma chuva que liberta e aprisiona, que mente e desvanece dúvidas, que traz a morte e a preparação para o renascimento... e eu descobri-te novamente, dentro de mim e em ti mesmo, como uma vida pulsante que me desperta para uma forma de amar ainda mais louca e consciente, retirada de mim mesma e projectada em ti. Descobri de novo o teu amor por mim e reconheci a tua mágoa em cada palavra fria que te obrigo a dirigir-me. E então desejo amar o teu corpo e aquilo que faz de ti TU, para além de tudo aquilo que é real, e comungar do teu ser com o meu corpo e com o meu coração, tornando-me tua perante leis que nada poderá alterar por serem leis que criei e nas quais te amarei para sempre. O meu coração vibra com este sentimento palpitante que encerra e mostra ao mundo, num impulso condicionador dos sentidos e de todas as formas de vida, o meu desejo de criar, de voltar a ser, contigo, algo melhor do que nós, e construir dessa forma um novo mundo que, parte do nosso mundo, nos permita uma outra maneira de sermos felizes.
E então veio a chuva. Essa mesma chuva que liberta e aprisiona, que mente e desvanece dúvidas, que traz a morte e a preparação para o renascimento... e eu descobri-te novamente, dentro de mim e em ti mesmo, como uma vida pulsante que me desperta para uma forma de amar ainda mais louca e consciente, retirada de mim mesma e projectada em ti. Descobri de novo o teu amor por mim e reconheci a tua mágoa em cada palavra fria que te obrigo a dirigir-me. E então desejo amar o teu corpo e aquilo que faz de ti TU, para além de tudo aquilo que é real, e comungar do teu ser com o meu corpo e com o meu coração, tornando-me tua perante leis que nada poderá alterar por serem leis que criei e nas quais te amarei para sempre. O meu coração vibra com este sentimento palpitante que encerra e mostra ao mundo, num impulso condicionador dos sentidos e de todas as formas de vida, o meu desejo de criar, de voltar a ser, contigo, algo melhor do que nós, e construir dessa forma um novo mundo que, parte do nosso mundo, nos permita uma outra maneira de sermos felizes.
Comentários
Fico feliz por teres gostado do texto, thanks :)
Quanto à tua pergunta, eu acho que quem nasce torto tarde ou nunca se endireita, e a vida ensinou-me que ninguém consegue mudar assim tanto!